Nesses últimos
meses tenho escutado várias reclamações dos profissionais de enfermagem com
relação à jornada de trabalho nos hospitais do Acre, principalmente por parte
dos profissionais de enfermagem contratados pelo Pró-Saúde e pelo Hospital
Regional do Juruá. Não bastasse isso, a carência de enfermeiros em hospitais do
interior do estado do Acre, infelizmente, ainda é uma realidade.
Vejo que tivemos
algumas conquistas juntos aos gestores municipais e estadual, mas ainda são
insuficientes. Há uma grande valorização financeira e social da classe médica
em detrimento da classe de enfermagem. Esse é mais um fator que vem
desmotivando a enfermagem acreana.
Temos uma minuta de
Projeto de Lei nas mãos do Deputado Estadual Eduardo Farias, elaborado por mim
e entregue ao mesmo na Assembléia Legislativa do Acre, com a intenção de
conquistar uma jornada de 30 horas semanais de trabalho para a enfermagem, no
entanto, ainda não há ecos desta minuta soando no legislativo acreano. Nem
situação, nem oposição estão preocupados com nossa profissão. É lamentável que
só se lembrem da gente em períodos eleitorais.
Mas todos nós,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem temos culpa. Nosso silêncio é
nosso pior inimigo. Temos uma força que ainda não fomos capazes de mensurar.
Imaginem que se, um
belo dia, resolvêssemos cruzar os braços e cobrar nossos direitos haveria um
forte impacto nas gestões municipais e estadual. Imagine que se os
profissionais de enfermagem da rede pública parassem, 100% da rede básica iria
ser paralisada, tendo em vista que médicos, agentes de saúde, odontólogos e a
área administrativa não seriam capazes de nos substituir.
A dengue, diarréia,
IRA`s, Tuberculose, Pré-Natais, Malária e diversas outras patologias iriam
atingir com força a população acreana e o ESTADO teria fortes prejuízos enconômicos.
Agora vamos
imaginar a situação dos hospitais. Apenas 30% da enfermagem funcionando para
atender as urgências e emergências. Bom, primeiro, as cirurgias eletivas seriam
todas suspensas. Depois, as internações iriam cair. Os demais profissionais não
teriam condições de continuar suas atividades e o serviço público de saúde iria
desacelerar exageradamente.
Mas isso fica
apenas para o campo da imaginação. Nossa profissão está distante de encarar
movimentos dessa proporção. Será que falta mais coragem ou talvez os salários e
o ambiente de trabalhos não são tão ruins assim?
Eu,
particularmente, acredito que um bom diálogo com os gestores e políticos possa
ser uma saída racional para o que estamos enfrentando hoje. Precisamos do apoio
da população para que nos ajudem a sermos mais valorizados. No entanto, se as
medidas mais racionais não surtirem efeitos, buscaremos nossos direitos de
cidadão usando a lei como base sólida para nossas lutas.
O Sindicato dos
Enfermeiros Graduados e Especialistas do Estado do Acre – SINDENF/AC estará
retomando os trabalhos de reorganização em 2013 e promete a todos os
enfermeiros do Acre uma ação enérgica no sentido de buscar uma valorização da
categoria dos enfermeiros graduados, bem como irá apoiar os movimentos dos
Auxiliares e Técnicos de Enfermagem.
Faça sua parte,
caso tenha interesse em se filiar, entre em contato pelo e-mail: sindenf-ac@hotmail.com
ou pelo telefone (68) 84077258 (falar com o enfermeiro Jebson). Precisamos de
recursos financeiros para organizar os movimentos e contratar um advogado para
representar juridicamente nossa instituição. Precisamos, principalmente, de você
junto ao nosso movimento para que possamos nos fortalecer e conquistar nossos
direitos.
Lembramos que
estaremos realizando visita de filiação na segunda quinzena do mês de fevereiro
de 2012 na capital. Nos meses seguintes visitaremos o interior do estado. Faça
sua parte, junte-se a nós.
Atenciosamente,
Dr. Jebson Medeiros
de Souza
Presidente do
SINDENF/AC
Nenhum comentário:
Postar um comentário