terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O DIA EM QUE A ENFERMAGEM DO ACRE PARAR!




Nesses últimos meses tenho escutado várias reclamações dos profissionais de enfermagem com relação à jornada de trabalho nos hospitais do Acre, principalmente por parte dos profissionais de enfermagem contratados pelo Pró-Saúde e pelo Hospital Regional do Juruá. Não bastasse isso, a carência de enfermeiros em hospitais do interior do estado do Acre, infelizmente, ainda é uma realidade.

Vejo que tivemos algumas conquistas juntos aos gestores municipais e estadual, mas ainda são insuficientes. Há uma grande valorização financeira e social da classe médica em detrimento da classe de enfermagem. Esse é mais um fator que vem desmotivando a enfermagem acreana.

Temos uma minuta de Projeto de Lei nas mãos do Deputado Estadual Eduardo Farias, elaborado por mim e entregue ao mesmo na Assembléia Legislativa do Acre, com a intenção de conquistar uma jornada de 30 horas semanais de trabalho para a enfermagem, no entanto, ainda não há ecos desta minuta soando no legislativo acreano. Nem situação, nem oposição estão preocupados com nossa profissão. É lamentável que só se lembrem da gente em períodos eleitorais.

Mas todos nós, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem temos culpa. Nosso silêncio é nosso pior inimigo. Temos uma força que ainda não fomos capazes de mensurar.

Imaginem que se, um belo dia, resolvêssemos cruzar os braços e cobrar nossos direitos haveria um forte impacto nas gestões municipais e estadual. Imagine que se os profissionais de enfermagem da rede pública parassem, 100% da rede básica iria ser paralisada, tendo em vista que médicos, agentes de saúde, odontólogos e a área administrativa não seriam capazes de nos substituir.

A dengue, diarréia, IRA`s, Tuberculose, Pré-Natais, Malária e diversas outras patologias iriam atingir com força a população acreana e o ESTADO teria fortes prejuízos enconômicos.

Agora vamos imaginar a situação dos hospitais. Apenas 30% da enfermagem funcionando para atender as urgências e emergências. Bom, primeiro, as cirurgias eletivas seriam todas suspensas. Depois, as internações iriam cair. Os demais profissionais não teriam condições de continuar suas atividades e o serviço público de saúde iria desacelerar exageradamente.

Mas isso fica apenas para o campo da imaginação. Nossa profissão está distante de encarar movimentos dessa proporção. Será que falta mais coragem ou talvez os salários e o ambiente de trabalhos não são tão ruins assim?

Eu, particularmente, acredito que um bom diálogo com os gestores e políticos possa ser uma saída racional para o que estamos enfrentando hoje. Precisamos do apoio da população para que nos ajudem a sermos mais valorizados. No entanto, se as medidas mais racionais não surtirem efeitos, buscaremos nossos direitos de cidadão usando a lei como base sólida para nossas lutas.

O Sindicato dos Enfermeiros Graduados e Especialistas do Estado do Acre – SINDENF/AC estará retomando os trabalhos de reorganização em 2013 e promete a todos os enfermeiros do Acre uma ação enérgica no sentido de buscar uma valorização da categoria dos enfermeiros graduados, bem como irá apoiar os movimentos dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem.

Faça sua parte, caso tenha interesse em se filiar, entre em contato pelo e-mail: sindenf-ac@hotmail.com ou pelo telefone (68) 84077258 (falar com o enfermeiro Jebson). Precisamos de recursos financeiros para organizar os movimentos e contratar um advogado para representar juridicamente nossa instituição. Precisamos, principalmente, de você junto ao nosso movimento para que possamos nos fortalecer e conquistar nossos direitos.

Lembramos que estaremos realizando visita de filiação na segunda quinzena do mês de fevereiro de 2012 na capital. Nos meses seguintes visitaremos o interior do estado. Faça sua parte, junte-se a nós.

 

Atenciosamente,

 

 

Dr. Jebson Medeiros de Souza

Presidente do SINDENF/AC

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