sábado, 9 de março de 2013

ENFERMEIROS, TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM. O MERCADO ESTÁ SATURADO?

Creio que não, no entanto, existe algo que precisamos entender. O número de profissionais de enfermagem, hoje no Brasil, encontra-se na faixa de 1.500.000 (hum milhão e meio) e a cada ano formam-se aproximadamente 50.000 novos profissionais. Mas se a oferta de profissionais é grande, por que estes profissionais estão em falta nas instituições de saúde?
 
A resposta é simples! Faltam concursos públicos para suprir a necessidade dos serviços de saúde pública no Brasil. Daí, o gestor não contrata e as direções hospitalares vão dando um jeitinho brasileiro. Os profissionais de enfermagem, dessa forma, sem saída, acabam atendendo muito mais pacientes, o que torna o serviço extremamente precário. Faz-se de conta que o número de profissionais de enfermagem é suficiente, a equipe de saúde faz de conta que atende e o paciente se convence de que o serviço é uma droga e o SUS não presta.

Já na rede privada e filantrópica, o quadro é ainda pior. O empregador explora ao máximo os serviços do profissional de enfermagem. Os que mais são prejudicados nessa história são os auxiliares e técnicos de enfermagem, que ficam com toda a carga do serviço em suas costas. Desta forma, o serviço privado e filantrópico também não detém a qualidade esperada. Claro que sempre há as exceções, mas como digo, são exceções.

Assim, torna-se extremamente necessária uma política de valorização do trabalhador de enfermagem, garantindo ao mesmo, no mínimo, boas condições de trabalho. O Ministério da Saúde deve investir em estudos e promover mecanismos que sirvam de termômetro para indicar o nível de qualidade da assistência prestada nas instituições de saúde por parque da equipe de enfermagem e, a partir de então, promover a valorização da maior categoria profissional da área de saúde que responde por mais de 60% dos procedimentos no SUS.

Essa realidade só vai mudar quando ocorrer uma conscientização política por parte de nossa categoria profissional. A Enfermagem é forte, mas ainda não se deu conta. É um gigante adormecido que nunca acordou. É uma nuvem densa e carregada que nunca despejou suas águas. É hora de acordar! É hora de chover!


Jebson Medeiros
Enfermeiro

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