Creio que não, no entanto,
existe algo que precisamos entender. O número de profissionais de enfermagem,
hoje no Brasil, encontra-se na faixa de 1.500.000 (hum milhão e meio) e a cada
ano formam-se aproximadamente 50.000 novos profissionais. Mas se a oferta de
profissionais é grande, por que estes profissionais estão em falta nas
instituições de saúde?
A resposta é simples! Faltam
concursos públicos para suprir a necessidade dos serviços de saúde pública no
Brasil. Daí, o gestor não contrata e as direções hospitalares vão dando um
jeitinho brasileiro. Os profissionais de enfermagem, dessa forma, sem saída,
acabam atendendo muito mais pacientes, o que torna o serviço extremamente precário.
Faz-se de conta que o número de profissionais de enfermagem é suficiente, a
equipe de saúde faz de conta que atende e o paciente se convence de que o
serviço é uma droga e o SUS não presta.
Já na rede privada e
filantrópica, o quadro é ainda pior. O empregador explora ao máximo os serviços
do profissional de enfermagem. Os que mais são prejudicados nessa história são
os auxiliares e técnicos de enfermagem, que ficam com toda a carga do serviço
em suas costas. Desta forma, o serviço privado e filantrópico também não detém
a qualidade esperada. Claro que sempre há as exceções, mas como digo, são
exceções.
Assim, torna-se extremamente
necessária uma política de valorização do trabalhador de enfermagem, garantindo
ao mesmo, no mínimo, boas condições de trabalho. O Ministério da Saúde deve
investir em estudos e promover mecanismos que sirvam de termômetro para indicar
o nível de qualidade da assistência prestada nas instituições de saúde por
parque da equipe de enfermagem e, a partir de então, promover a valorização da
maior categoria profissional da área de saúde que responde por mais de 60% dos
procedimentos no SUS.
Essa realidade só vai mudar
quando ocorrer uma conscientização política por parte de nossa categoria
profissional. A Enfermagem é forte, mas ainda não se deu conta. É um gigante
adormecido que nunca acordou. É uma nuvem densa e carregada que nunca despejou suas águas. É
hora de acordar! É hora de chover!
Jebson Medeiros
Enfermeiro
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