O relógio está correndo contra o SUS que está sendo
afetado pelo câncer da ganância de alguns médicos que pensam apenas
em sua conta bancária no final do mês. Querem voltar ao período medieval, aonde
o conhecimento na área de saúde era de domínio único e exclusivamente dos
médicos. Esquecem esse pequeno número de médicos, que não vivemos mais no
período das trevas e que o conhecimento e a democracia se sobrepõem a
interesses pequenos, mesquinhos e individuais.
A própria classe médica, em sua maioria, é contra a
intitulada Lei do Ato Médico como é atualmente concebida. Sabem que precisam de
uma lei que regulamente a profissão médica, no entanto, sem prejudicar as
outras categorias profissionais da área de saúde e sem afetar o atendimento
de saúde à população brasileira.
Diante da necessidade dos médicos de verem sua
profissão regulamentada, o que é justo e correto, por quê existem tantas
manifestações em contrário por parte de todas as categorias profissionais da
saúde?
Bom, vou me focar apenas na categoria de enfermagem.
Imaginem que com a aprovação do atual projeto de lei do Ato Médico, todos os
enfermeiros deixariam de realizar, de forma completa, o tratamento preconizado
pelo Ministério da Saúde por meio dos protocolos de saúde. O trabalho que os
enfermeiros desenvolvem para realizar o tratamento de doenças como tuberculose,
hanseníase, parasitoses intestinais, IRAS, doenças sexualmente transmissíveis e
muitas outras ficariam apenas concentrado nas mãos do médico. A figura do
enfermeiro nas unidades básicas de saúde seria reduzida a uns poucos
procedimentos. Como ficaria a situação? Os médicos teriam que fazer tudo!
Estariam eles preparados para, sozinhos, realizar todos os procedimentos e
cumprir a jornada de trabalho imposta para o serviço básico de saúde? Acredito
que não. Iriam, então pedir aumento para cumprir sua jornada de trabalho e realizar
todos os procedimentos, o que seria impossível para a atual conjuntura
financeira em que o nosso país vive. O SUS, portanto, quebraria e a população,
sem assistência médica gratuita procuraria o serviço particular enriquecendo
toda a classe médica. Parece que esse é o objetivo dos poucos médicos que
insistem em ficar ricos a custa de uma população empobrecida e que já paga
altos impostos para ser bem atendida.
Assim, podemos garantir que a aprovação do "Ato
Médico" é um prejuízo social, por restringir, além de tudo, a atuação
multiprofissional já consolidada e que trouxe inúmeros benefícios a milhões de
brasileiros.
Para demonstrar o interesse mesquinho de alguns
médicos, vamos citar a acupuntura que, quando chegou ao Brasil, foi considerada
pela categoria médica uma atividade realizada por charlatões. Ao perceber que
outras categorias estavam ganhando muito dinheiro com isso, o lado podre da
medicina quis tornar a acupuntura atividade privativa do médico, o que foi
repudiado pela Organização Mundial de Saúde.
Atualmente existem 3.000 mil profissionais de
enfermagem que praticam acupuntura no Brasil. Com sua saída do mercado, o valor dos
procedimentos irá aumentar e quem será prejudicado é a população.
Por isso, as instituições
ligadas à enfermagem repudiam qualquer tentativa de restringir a atuação
multiprofissional nos serviços de saúde do Brasil e vão continuar lutando para
garantir o direito legal do exercício profissional consolidado no direito ao
livre exercício da profissão garantido pela Constituição Federal de 1988.
Diga não ao Ato Médico!!
Por Jebson Medeiros
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