quinta-feira, 18 de abril de 2013

ATO MÉDICO! RESERVA DE MERCADO? FIM DO SUS?

 
O relógio está correndo contra o SUS que está sendo afetado pelo câncer da ganância de alguns médicos que pensam apenas em sua conta bancária no final do mês. Querem voltar ao período medieval, aonde o conhecimento na área de saúde era de domínio único e exclusivamente dos médicos. Esquecem esse pequeno número de médicos, que não vivemos mais no período das trevas e que o conhecimento e a democracia se sobrepõem a interesses pequenos, mesquinhos e individuais.

A própria classe médica, em sua maioria, é contra a intitulada Lei do Ato Médico como é atualmente concebida. Sabem que precisam de uma lei que regulamente a profissão médica, no entanto, sem prejudicar as outras categorias profissionais da área de saúde e sem afetar o atendimento de saúde à população brasileira.

Diante da necessidade dos médicos de verem sua profissão regulamentada, o que é justo e correto, por quê existem tantas manifestações em contrário por parte de todas as categorias profissionais da saúde?

Bom, vou me focar apenas na categoria de enfermagem. Imaginem que com a aprovação do atual projeto de lei do Ato Médico, todos os enfermeiros deixariam de realizar, de forma completa, o tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde por meio dos protocolos de saúde. O trabalho que os enfermeiros desenvolvem para realizar o tratamento de doenças como tuberculose, hanseníase, parasitoses intestinais, IRAS, doenças sexualmente transmissíveis e muitas outras ficariam apenas concentrado nas mãos do médico. A figura do enfermeiro nas unidades básicas de saúde seria reduzida a uns poucos procedimentos. Como ficaria a situação? Os médicos teriam que fazer tudo! Estariam eles preparados para, sozinhos, realizar todos os procedimentos e cumprir a jornada de trabalho imposta para o serviço básico de saúde? Acredito que não. Iriam, então pedir aumento para cumprir sua jornada de trabalho e realizar todos os procedimentos, o que seria impossível para a atual conjuntura financeira em que o nosso país vive. O SUS, portanto, quebraria e a população, sem assistência médica gratuita procuraria o serviço particular enriquecendo toda a classe médica. Parece que esse é o objetivo dos poucos médicos que insistem em ficar ricos a custa de uma população empobrecida e que já paga altos impostos para ser bem atendida.

Assim, podemos garantir que a aprovação do "Ato Médico" é um prejuízo social, por restringir, além de tudo, a atuação multiprofissional já consolidada e que trouxe inúmeros benefícios a milhões de brasileiros.

Para demonstrar o interesse mesquinho de alguns médicos, vamos citar a acupuntura que, quando chegou ao Brasil, foi considerada pela categoria médica uma atividade realizada por charlatões. Ao perceber que outras categorias estavam ganhando muito dinheiro com isso, o lado podre da medicina quis tornar a acupuntura atividade privativa do médico, o que foi repudiado pela Organização Mundial de Saúde.

Atualmente existem 3.000 mil profissionais de enfermagem que praticam acupuntura no Brasil. Com sua saída do mercado, o valor dos procedimentos irá aumentar e quem será prejudicado é a população.

Por isso, as instituições ligadas à enfermagem repudiam qualquer tentativa de restringir a atuação multiprofissional nos serviços de saúde do Brasil e vão continuar lutando para garantir o direito legal do exercício profissional consolidado no direito ao livre exercício da profissão garantido pela Constituição Federal de 1988.

Diga não ao Ato Médico!!


Por Jebson Medeiros

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